domingo, 27 de dezembro de 2009

Imaginação

...em meu pensamento posso sentir o silêncio da calçada, sentir a intensidade da força que exerço sobre o solo com o peso do meu corpo, mesmo que a ação da gravidade seja sempre a mesma, pareço perceber que não é somente isso... Meus olhos estão fechados e de modo simultâneo quando volto meu pensamento aos meus olhos, percebo mais uma coisa até então imperceptível, pareço começar a perceber o vento gelado em minha face, pareço saber até sua temperatura, somente neste instante percebo! Interessante, também com o pensamento ocupado com outra coisa... Como iria perceber? , procuro entender o porquê de tantos sentidos... Imagino que é o resultado de minha imaginação...

clecio

Esperança

Lá bem no alto do décimo segundo andar do Ano
Vive uma louca chamada Esperança
E ela pensa que quando todas as sirenas
Todas as buzinas
Todos os reco-recos tocarem
Atira-se
E
— ó delicioso vôo!
Ela será encontrada miraculosamente incólume na calçada,
Outra vez criança...
E em torno dela indagará o povo:
— Como é teu nome, meninazinha de olhos verdes?
E ela lhes dirá
(É preciso dizer-lhes tudo de novo!)
Ela lhes dirá bem devagarinho, para que não esqueçam:
— O meu nome é ES-PE-RAN-ÇA...

Mário Quintana

domingo, 29 de novembro de 2009

Sonho

Neste universo aparentemente indescritível com palavras, vejo o que não consigo tocar... e então sonho com seu olhar... Nele aparece singelo e comparável a qualquer rosa, por mais linda seja esta rosa a quem se lisonjeia ao ser comparada os seus olhos... Pois ela também sonha com tal beleza inteligível... compreendo o que sinto quando vejo o seu sorriso, e lhe ofereço a rosa que tento descreve-la como retribuição a este sonho... O seu olhar...

Clécio

Sempre

Este Romeo está a sangrar,
Mas tu não podes ver o meu sangue...
Isto não é nada além de alguns sentimentos,
Que este velho sujeito abandonou,
Tem sido chuvoso deste que tu me deixas-te
Agora estou me afogando no dilúvio...
Tu vês que eu sempre
Tenho sido um lutador
Mas sem ti eu desisto
Agora eu não posso cantar
Uma canção de amor
Como deve ser cantada
Bem eu suponho que não
Serei bom nunca mais
Mas querida este sou eu
Eu te amarei querida,
Pra sempre
Eu estarei lá pra sempre
E um dia, sempre.
Estarei lá ate que as estrelas não brilhem
Até os céus explodirem e as palavras não rimarem
E sei quando eu morrer você estará em minha mente
Eu te amarei sempre...
Agora suas fotos que você deixou para traz
São somente lembranças de uma vida diferente
Algumas que nos fizeram rir,
Algumas que nos fizeram chorar...
Umas das que fez você,
Ter de dizer adeus...
O que eu não daria para correr meus dedos por seu cabelos
Para tocar seus lábios senti-la perto
Quando você diz suas preces, tente entender.
Eu tenho cometido erros, eu sou somente um homem
Quando ele a abraça, apertado, quando ele a puxa para perto
Quando ele disser as palavras que tu tens a necessidade de ouvir
Eu desejarei ser ele com essas palavras que são minhas
Para te dizer até o final dos tempos
Eu te amarei querida, sempre.

bon jovi - always

Valores

... Na vida existem tantos valores, inertes e intrínsecos em nossos olhares, de valor incomensurável ao meu próprio olhar quando é percebido... É tão nítido e é possível que mesmo assim algumas pessoas não a percebem, mas dentre tantos, nenhum é maior do que a vida, refletida no olhar... Discreta em um sorriso...

Clécio

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

conquista...

"...só sou desconhecível quando não querem me conhecer, só não sou conquistado pelos que não buscam me conquistar... e não existe em mim um status de imperfectibilidade, imagino o contrario, sou o que quero ser..."

clecio

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

cris... minha poetisa minha rosa...

...se por um instante observar aquela rosa... talvez possa imaginar o brilho de seus olhos... se por acaso na minha imaginação você os fechar, o brilho eminente e invariavel... tem o mesmo brilho, o mesmo gosto... eu imagino.. e que imaginação a minha... e em pleno gozo desta linda imagem... diria se pudesse ao seu ouvido...
"...Não quis. Não quis dizer-te nada... Vi em teus olhos,Duas arvorezinhas loucas.... De brisa,de riso e de ouro... Flor,Meneavam-se. Não quis.Não quis dizer-te nada... minha flor!...essa é a flor que imagino"

clecio

domingo, 11 de outubro de 2009

Alvares de azevedo

Pálida àluz da lâmpada sombria, Sobre o leito de flores reclinada, Como a lua por noite embalsamada, Entre as nuvens do amor ela dormia! Era a virgem do mar,na escuma fria Pela maré das águas embalada! Era um anjo entre nuvens d'alvorada Que em sonhos se banhava e se esquecia! Era mais bela!o seio palpitando... Negros olhos as pálpebras abrindo... Formas nuas no leito resvalando... Não te rias de mim,meu anjo lindo! Por ti-as noites eu velei chorando, por ti-nos sonhos morrerei sorrindo!

Alvares de azevedo

sábado, 26 de setembro de 2009

Matematica

Decifrar os documentos antigos, preservados nos museus, em substituição ao livro moderno, é vantajoso, pois nos livra de inúmeros equívocos, como é o caso da operação de radiciação (raiz quadrada de 9). Ninguém pensa, um segundo que seja, no significado de três ser a raiz quadrada de nove. Em português, literalmente, raiz quadrada dá a entender uma árvore que tem sua raiz em formato de quadrado. Pesquisando os originais em latim do século XV, encontramos a resposta para esse despropósito: radix quadratum 9 aequalis 3. Isto é, o lado (radix) do quadrado (quadratum) de área 9 é igual (aequalis) a 3.

Prandiano

Escolha

Entre multiplicidades de escolhas, escolhemos o que é arbitrário, o que é arbitrário molda os alicerces do nosso próprio mundo... ai existe a incerteza... impera a incesteza, a introspecção... nas nossas decisões...

Clécio

sábado, 12 de setembro de 2009

Ensinamento

"Desde pequenos observamos o que aprender, e aprendemos o que observamos, às vezes pensamos que encontramos todas as respostas, a vida como sempre muda as perguntas, nem sempre o melhor ensinamento nasce das palavras ou do gesto, nasce do amor... o oposto disto é a violência do mundo!"

Clécio

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Clarividente

“... ao meu olhar quando ao encontro do seu é nítido... um sonho... quando observo e vejo um sorriso ao encontro do meu é nítido... o que quero... quando escutas o que tenho a dizer , acabo não dizendo tudo...”

Clécio

A um passo da lágrima...

“... ela insiste em sair , não entendo de tanta insistência... É teimosa! é uma coisa comum a qualquer lágrima, talvez saibamos pouco sobre ela, talvez tenha muitos significados do que pode descrever, num encontro... num olhar... num ato não desejado... E no desejado também! Todas elas tem a mesma equivalência do mesmo sonho, se pequeno ou grande, o trabalho é o mesmo, sonhar! somos passíveis a esse ponto , pois somos lagrimas... irrefragáveis lagrimas, demasiadas... dependentes das mais variadas coisas... da mesma teimosia... de um sorriso... de um amor... de uma admiração... a descoberta de uma amizade verdadeira"

Clécio

Um passo para a conquista...

“... como sempre o descontentamento... o cansaço de minha face... preso a muitos medos já nem sei o que sinto... quando acho que me esqueço me lembro que existe... talvez seja a ausência de algo que não descobri ou que sei mas não tenho coragem de dizer , talvez nem poderia... talvez tenha essa razão, talvez tenha que alimentar os segredos de minha palavras... que só pode ser revelado diante do espelho... diante do meu proprio olhar, é simétrico a meu rosto , se molda vazio , e a quem que eu desejaria que me escutasse e que gostaria de dizer... é uma mulher... uma flor... ainda carrega o titulo de amiga!”

Clécio

sábado, 22 de agosto de 2009

Crisma

jesus é quem dá esse crisma,nós aprendemos sobre o amor de Deus,o que tanto tentamos aprender na vida..., jesus é direto "...quem tem ouvido que ouça!" , ouça a verdade... ,esse é o verdadeiro evangelho... , de forma tão concisa mostramos o que estamos aprendendo,sorrimos a quem precisa de ajuda,de forma tão contagiante recebemos esse sorriso de volta como que inercia de nossos atos,as vezes não sabemos,as vezes acabamos percebendo com nossas proprias lágrimas sobre este gesto,percebemos que nossos problemas não são maiores do que a do proximo,imaginamos que o significado daquele sorriso seria:"obrigado por isso!",pois isso só foi o significado do sorriso de jesus antes de começar a ensinar... essa é sua catequese,olhe ao seu redor agora!,esse é seu mundo,sorria pois estou observando vc...

Clecio

domingo, 16 de agosto de 2009

Premio Nobel

O Prémio Nobel foi instituído por Alfred Nobel, químico e industrial sueco, inventor da dinamite, em seu testamento.
Os prémios são entregues anualmente, no dia 10 de Dezembro, aniversário da morte do seu criador, a pessoas que fizeram pesquisas importantes, criaram técnicas pioneiras ou deram contribuições destacadas à sociedade.
Nobel jamais criou um prémio de Economia. O que se conhece por Nobel de Economia é na verdade o Prémio Sveriges Riksbank de Ciências Econômicas em Memória de Alfred Nobel, que nada tem a ver com a Fundação Nobel.
Alfred Nobel, que já vinha desgostoso com o uso militar dos explosivos que havia criado, ficou chocado ao ver a edição de um jornal francês, que noticiara por engano a morte de seu irmão Ludvig como sendo a sua e qualificando-o como "mercador da morte". [1] É possível que essa visão antecipada do seu obituário tenha despertado nele o desejo de modificá-lo. Daí sua decisão de premiar aqueles que, no futuro, servissem ao bem da Humanidade - mais propriamente nos campos da física, química, fisiologia ou medicina, literatura e paz.
Alfred Nobel deixou uma herança de 32 milhões de coroas. Seu testamento, redigido em 1895, não deixava nenhum legado aos seus herdeiros diretos, mas determinava a criação de uma instituição à qual caberia recompensar, a cada ano, pessoas que prestaram grandes serviços à Humanidade, nos campos da paz ou da diplomacia, literatura, química, fisiologia ou medicina e física. O testamento estabelecia também que a nacionalidade das pessoas não seria considerada na atribuição do prêmio.
A Fundação Nobel foi criada em junho de 1900 e é responsável pelo controle do respeito às regras na designação dos laureados e verifica o bom andamento da eleição. Também é responsável, através de um comitê específico para cada uma das cinco áreas e de acordo com as propostas de personalidades eminentes, pela elaboração e encaminhamento das listas de indicações às várias instâncias que atribuem o prêmio.
Os prêmios são custeados pelos rendimentos oriundos do legado de Alfred Nobel, tendo sido esse patrimônio convertido em ações.

wikipédia

domingo, 9 de agosto de 2009

fotogenia mutua

"A distancia talvez não seja o problema... como um carregador, carrega todos os medos... e somos lembrados sem que nos preocupemos em ver, por um instante a luz tão ressonante quanto seu olhar revela a saudade... a presença da saudade, tão homogenea... pura e simples... a saudade nos revelada mostra a evolução de uma maturidade... revelada por uma lagrima..."

clecio

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

serenata

"Permita que eu feche os meus olhos,
pois é muito longe e tão tarde!
Pensei que era apenas demora,
e cantando pus-me a esperar-te.


Permite que agora emudeça:
que me conforme em ser sozinha.
Há uma doce luz no silencio,
e a dor é de origem divina.


Permite que eu volte o meu rosto
para um céu maior que este mundo,
e aprenda a ser dócil no sonho
como as estrelas no seu rumo."

Cecilia meireles

domingo, 2 de agosto de 2009

admiração

O respeito é valido como o desejo de o ter , é subjetivo em certas ocasiões , como atril e fácil de se observar só no olhar , mas também existe o oposto , o desejo de não o possuir devido o cansaço , entre essa premissa tem-se um desejo em comum , não ser diferente de ninguém que observa ou o qualifica , e meio que sem querer acaba por caracterizar uma admiração transmitida pelo brilho de um olhar , um gesto ou qualquer argumento , a dificuldade de administra-lo é comum a todos , a dificuldade é uma variavel de proporcionalidade que é atribuída , mas por outro lado é uma necessidade humana!

Clécio

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Canção

"Nunca eu tivera querido dizer palavra tão louca; bateu-me o vento na boca, e depois no teu ouvido. Levou somente a palavra, deixou ficar o sentido. O sentido está guardado no rosto com que te miro, neste perdido suspiro que te segue alucinado, no meu sorriso suspenso como um beijo malogrado. Nunca ninguém viu ninguém que o amor pusesse tão triste. Essa tristeza não viste, e eu sei que ela se vê bem... Só se aquele mesmo vento fechou teus olhos,também..."

Cecilia meireles

domingo, 26 de julho de 2009

Sentimentos onipresentes

"Só somos desconhecíveis quando não querem conhecer, só não somos conquistados pelos que não buscam conquistar... somos humanos e dependente de muitas pessoas... afinal de pessoas , apesar de firmes... somos frágeis, feitos de uma película tão fina quanto a de uma bola de sabão... somos dependentes de nós mesmos, pois existem pessoas que queremos conhecer... pois bem situação essa que parece ser um palíndromo se for comparado... esse é um sentimento mutuo... caracteristica humana."

clécio

Crisma

Oração

"Senhor que viestes salvar o mundo ajuda-nos a compreender a tua palavra , pela ação do espitito santo livrai-nos das tentações do mal ajuda-nos a compreender a tua misericórdia dai-nos força para vencermos as ações do maligno , para que sejamos dignos da salvação eterna."
Amém

turma do crisma , paróquia sagrada familia 26/07/2009

sábado, 25 de julho de 2009

Egoísmo induzido

Amo como ama o amor , se de modo individualista... , é passar despercebido... , é não sentir valor... , a expressão de um sorriso é a tradução do valor descrito! , o individualismo neste caso , não precisa ser de vontade própria é induzido , é apenas a ausência de um valor mutuo entre as partes , muitas vezes recorremos a uma eloqüência que não existe dentro de nós , como se fosse melhorar alguma coisa! , quando recorremos a esta nasce a magoa , ou melhor esta emerge do fundo de nossa alma , é uma característica intrínseca humana , só porque desejamos!

Clécio

Colapso sinérgico comunitário

Por que será que aparenta ser mais fácil persuadir do que dissuadir? , essa pseudosinergia de uma comunidade para com alguma coisa a ser realizada e que possa influenciar em uma educação iminente negativa , isto só acontece porque não sabemos medir nossos atos individualistas , é claro que isso se reflete na política , ou a política se reflete nisso , onde entra no poder gente que eu nem sabia que existia , e muitas vezes sem um pré-requisito para o cargo , enquanto não percebemos isto o governo adora , a comunidade não muda! , e escutamos apologias a uma democracia surrealista de alguns!

Clécio

terça-feira, 21 de julho de 2009

Tristeza

"Hoje estou triste. Uma tristeza atôs. tristeza não sei de que! Boiando em meu olhar como folha, Imovel,desamparada, Nas aguas de uma lagoa... Hoje pensei em você. Deve ter sido a saudade. Deve ter sido a saudade, Com asas de libélula dourada, Que me deixou triste assim... E este tempo não passa,e esta distância, Esta distância é imensa, Ai de mim! Hoje estou triste... Uma tristeza mansa, Que sinto, alias, todos os dias... - É como um vôo cansado num céu érmo... Foi talvez uma lembrança... Foi talvez de você uma lembrança, Que veio encher minhas horas, Tão vazias..."

Albert Einstein

"A perfeição dos meios e a confusão dos objetivos parece caracterizar a nossa época.Se desejamos sinceramente e com ardor a segurança,o bem estar e o desenvolvimento livre dos talentos de todos os homens,não nos faltarão meios para atingir tal estado.Ainda que só uma pequena parte se esforce por tais objetivos,sua superioridade ficará comprovada a longo prazo."

Albert Einstein

Surrealismo de nossos atos

...como sempre somos autores de nossos atos irregulares, irregular? , sim irregular! ,é irregular por que é arbitrário, é arbitrário por que é de nossa natureza, pois bem esse hábito é o que escolhemos e o que sempre sonhamos... achamos que faz bem!

Clécio

domingo, 19 de julho de 2009

Persuasão do amor

Amor

... entre tantas múltiplas faces , essas lagrimas insistentem em cair ... desliza pela pele do rosto com tanta insistência que já não a se sente mais , face essa que pode ser de alegria que é apenas uma das faces desse sentimento... somente as lagrimas podem explicar...

clécio

Alvares de azevedo

"...Pálida àluz da lâmpada sombria, Sobre o leito de flores reclinada, Como a lua por noite embalsamada, Entre as nuvens do amor ela dormia! Era a virgem do mar,na escuma fria Pela maré das águas embalada! Era um anjo entre nuvens d'alvorada Que em sonhos se banhava e se esquecia! Era mais bela!o seio palpitando... Negros olhos as pálpebras abrindo... Formas nuas no leito resvalando... Não te rias de mim,meu anjo lindo! Por ti-as noites eu velei chorando, por ti-nos sonhos morrerei sorrindo!"

Alvares de azevedo

domingo, 12 de julho de 2009

A ALMA DE UMA FLOR.

"Que ânsia de amar!E tudo a amar me ensina; A fecunda lição decoro atento. Já com liames de fogo ao pensamento, Incoercível desejo ata domina. Em vão procuro espairecer ao vento, Olhando o céu,os morros,a campina, Escalda-me a cabeça e desatina, Bate-me o coração como em tormento. É à noite,ai! como em mal sofreado anseio, Por ela,a ainda velada,a misteriosa Mulher,que nem conheço,aflito chamo! E sorrindo-me,ardente e vaporosa, Sinto-a vir(vem em sonho),une-me ao seio, Junta o rosto ao meu rosto e diz-me:-Eu te amo!"

Alberto de oliveira

Motivo da rosa

"Não te aflijas com a pétala que voa:
também é ser, deixar de ser assim.


Rosas verá, só de cinzas franzida,
mortas, intactas pelo teu jardim.


Eu deixo aroma até nos meus espinhos
ao longe, o vento vai falando de mim.


E por perder-me é que vão me lembrando,
por desfolhar-me é que não tenho fim."

Cecilia meireles

Hábito

...hábito quem não tem?
Somos viciados nisso, coisa tão despercebida essa, as vezes até observância de nossa parte , o inconsciente se acomoda nessa característica intrínseca e incauto da nossa natureza , que não se pega fazendo uma coisa e reflete, o que estou fazendo está errado , e insisto nisso... , que hábito!

Clécio

amar

"Que pode uma criatura senão,
entre criaturas, amar?
amar e esquecer,
amar e malamar,
amar, desamar, amar?
sempre, e até de olhos vidrados amar?
Que pode, pergunto, o ser amoroso,
sozinho, em rotação universal, senão
rodar também, e amar?
amar o que o mar traz à praia,
o que ele sepulta, e o que, na brisa marinha,
é sal, ou precisão de amor, ou simples ânsia?
Amar solenemente as palmas do deserto,
o que é entrega ou adoração expectante,
e amar o inóspito, o cru,
um vaso sem flor, um chão de ferro,
e o peito inerte, e a rua vista em sonho, e uma ave
de rapina.Este o nosso destino: amor sem conta,
distribuído pelas coisas pérfidas ou nulas,
doação ilimitada a uma completa ingratidão,
e na concha vazia do amor a procura medrosa,
paciente, de mais e mais amor.
Amar a nossa falta mesma de amor, e na secura nossa
amar a água implícita, e o beijo tácito, e a sede infinita."
Carlos Drummond de Andrade

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Paginas de uma vida

"Cada um é dono de seu destino, da capacidade de desenhar e colorir cada destino, o tempo como sempre se mostra como uma constante, é claro que isso depende do ponto de vista de cada um , sempre corrente e sempre uniforme faz aos poucos chegarmos ao fim desta pagina, a saudade é o sentimento mais comum da linha anterior, o fato de pararmos para ler esta pagina é o que podemos chamar de introspecção, e mostra como que um ato conseqüente os múltiplos caminhos que tivemos como escolha em vários trechos de uma pagina, cujo o caminho seguido só foi uma decisão arbitraria, as vezes é nítido o que sempre procuramos, refletidos em forma de sentimentos expressos normalmente com o olhar que começa com uma curiosidade e termina com o amor sociavel, nesse intervalo de palavras existem muitas variáveis, entre elas a incomoda decepção, uma simetria construida pela falta de vontade ou assimetria confundida com simetria, este tipo só é visivel no olhar, tambem descritas pelas palavras em alguma destas paginas, as vezes passa despercebida por muitos olhares mas não passa despercebida pelo olhar de uma mãe, tão frequentemente descrita a qualquer momento... nestes aparentes dualismos construidos sempre descritas nestas paginas, não somos feitos de palavras e nem de poemas, mas elas só descrevem o ser humano, pois neste livro o numero de paginas é a mesma da idade o peso também é o mesmo do fardo deste livro, uma descrição muito comum desse recheio é a descrição de uma amizade, de muitas amizades... e raramente a de um amor, este ultimo que quando começa a ser colorido, a decepção aparentemente iminente começa a se desenhar como que uma penumbra... e como sempre aparece e por sua vez pode influenciar somente na cor da capa essa que quem escreve imagina... como um sonho... um sorriso eminente... cujo a epígrafe desta historia somente nós devemos escolher..."

Clécio

Álvares de azevedo

"Pálida àluz da lâmpada sombria, Sobre o leito de flores reclinada, Como a lua por noite embalsamada, Entre as nuvens do amor ela dormia! Era a virgem do mar,na escuma fria Pela maré das águas embalada! Era um anjo entre nuvens d'alvorada Que em sonhos se banhava e se esquecia! Era mais bela!o seio palpitando... Negros olhos as pálpebras abrindo... Formas nuas no leito resvalando... Não te rias de mim,meu anjo lindo! Por ti-as noites eu velei chorando, por ti-nos sonhos morrerei sorrindo!"

Álvares de azevedo

FRAGMENTOS APAIXONADOS

"...Te beijarei as mãos
como à rosa da tarde beija o vento...
Te beijarei a boca
como a lingua do fogo beija o lenho...
Te beijarei os olhos
como ao cristal o sol,amanhecendo...
Te beijarei a fronte
como a dúvida beija o pensamento..."

José maria Peman

A Alma de uma flor

"Que ânsia de amar!
E tudo a amar me ensina;
A fecunda lição decoro atento.
Já com liames de fogo ao pensamento,
Incoercível desejo ata domina.
Em vão procuro espairecer ao vento,
Olhando o céu,os morros,a campina,
Escalda-me a cabeça e desatina,
Bate-me o coração como em tormento.
É à noite,ai!
como em mal sofreado anseio,
Por ela,a ainda velada,a misteriosa Mulher,que nem conheço,aflito chamo!
E sorrindo-me,ardente e vaporosa,
Sinto-a vir(vem em sonho),une-me ao seio,
Junta o rosto ao meu rosto e diz-me:-Eu te amo!"

Alberto de oliveira

Filosofia da liberdade

"E o homem um ente extraordinário. Não é simplesmente matéria,porque a matéria lhe repugna,na sua continua inércia,na sua limitação especial,no seu passivismo,na sua necessidade. Não é simplesmente matéria,porque,se a matéria apela para o marasmo,a tranquilidade necessitante,ele traz em si a inquietude que o dinamiza. Se a matéria se limita na extensão,na ubilocação extensiva,ele sente em si um surto que se desprende dos limites,que não se enquadra nas linhas intransponiveis de uma situação contingente. Se a matéria se satisfaz numa exigência puramente finita,na realização de tendências puramente mecânica,ele traz consigo a insastifação continua,o desejo de crescer com a insaciabilidade das aspirações,que não descansa nos seus voos e que,de desilusão em desilusão,como o voo desprendido de sonho em sonho,tem horror à forma e as necessidades limitativas da matéria. Mas a matéria unida à luz! E tudo o que nele foge da acidentalidade e do limite está na luz,nesse clarão permanente,nesse espirito que nós chamamos de alma. Eis o homem! A matéria que sobe e a cintila do céu que desce,o resumo do mundo material que desce,o resumo do mundo material que se encerra no seu corpo e o espirito que é a sua alma".

...AO SEU OUVIDO MOÇA...

...Não quis. Não quis dizer-te nada... Vi em teus olhos,Duas arvorezinhas loucas.... De brisa,de riso e de ouro... Flor,Meneavam-se. Não quis.Não quis dizer-te nada... minha flor!...

domingo, 5 de julho de 2009

O silêncio das Palavras

Num aparente silencio destas , universo descomensurável e diametralmente oposto a qualquer constante , parece ter multiplos significados , homógrafos , apareço sem saber o que fazer , é incomodo saber que posso ser culpabilizado não pelos outros mas por mim mesmo pelos meus atos não cometidos , por não ser compreendido com facilidade pela razão vizinha , de modo tão tautócrono a minha percepção desta culpa iminente na minha consciência , tão aparentemente madura , não preciso dizer nada , em alguns casos , a expressão de meu rosto me entrega , a tristeza é o diagnostico mais descrito por outras palavras ,não as que saem de minha boca , pois as minhas são silenciosas , a dor é uma qualidade intrínseca destas palavras , que só é visível pela expressão de meu rosto , de uma dor moldada que por si só não precisa de anestesia o que é estranho , pois não fazem mais efeito , sempre nos acostumamos com ela . As vezes me pego pensabundo dizendo no inconsciente ‘o que faço aqui? , o que é isso?’, que de inicio aparenta não ter significado algum , o problema é que quando acho que tenho todas as respostas da vida , ela mesma se encarrega de mudar as perguntas , então percebo que fico melhor quando estou acompanhado , quando percebo minha interação com as pessoas , por um instante esqueço uma dor , talvez imaginária , porque num ato introspectivo é nítido que algumas dessas coisas são construídas e pintadas de forma arbitrária pelas pessoas que nos cercam , que nos envolvemos abruptamente e sempre por inércia a dor insiste em nos lembrar dela .

Acho que é por isso que prefiro a poesia ou a filosofia como passa tempo , estes permitem que eu possa sonhar , mas como sempre existe um problema , o que temos pra viver acaba sendo maior que o próprio sonho , então a dor tão criticada por um instante passa a ensinar a viver com todas essas miscelâneas!

Clécio

sábado, 4 de julho de 2009

amor

"Amo como ama o amor. Não conheço nenhuma outra razão para amar senão amar. Que queres que te diga, além de que te amo, se o que quero dizer-te é que te amo?"

Fernando pessoa

argelia 1849

Gostei destes pensamentos,assim como teu sorriso! Tuas palavras têm melodias divinas,Acordes de cristal,pianíssimo,vibrando! De olhos cerrado fico,imerso em gozo,quando,Dizendo-me um segredo o alvo pescoço inclinas...

'Jean Richepin , argélia 1849'
"Uma noite,eu me lembro...Ela dormia Numa rede encostada molemente... Quase aberto o roupão... solto o cabelo E o pé descalço do tapete rente. 'Stava aberta a janela. Um cheiro agreste Exalavam as silvas da campina... E ao longe,num pedaço do horizonte, Via-se a noite plácida e divina. De um jasmineiro os galhos encurvados, Indiscretos entravam pela sala, E,de leve oscilando ao tom das auras, Iam na face trêmula - beija-la. Era um quadro celeste!... A cada afago Mesmo em sonhos a moça estremecia... Quando ela serenava... a flor beijava-a... Quando ela ia beijá-la... a flor fugia... Dir-se-ia que naquele doce instante brincavam duas cândidas crianças... A brisa,que agitava as folhas verdes, Fazia-lhe agitar as negras tranças! E o ramo ora chegava,ora afastava-se... Mas quando a via despertada a meio, Prá não zanga-la... sacudia alegre Uma chuva de pérolas no seio... Eu fitando esta cena,repetia Naquela noite Lânguida e sentia: "Ó flor! - tu és a virgem das campinas!" "Virgem! - tu és a flor da minha vida!" "